Paginas

11 de fevereiro de 2012

Dom Nelson Francelino fala sobre seu 1º ano de Episcopado

Testemunho de Fé – Como foi o seu primeiro ano de episcopado?

Dom Nelson Francelino – Esse primeiro ano foi muito fecundo, um ano de aprendizado. Tudo foi novo e continua sendo novo. Não sou pessoa que se move pelo imediatismo ou ansiedade, por isso dediquei-me nesse primeiro ano a aprender muito com os outros bispos. No entanto, muitas vezes situações inusitadas apareceram, e tentei me orientar pelo bom senso e cautela, sempre cobrando de mim atitudes que me configurasse ao Bom Pastor. Estou longe, mas estou me esforçando.

Uma grande dificuldade que enfrentei foi o fato de não ser mais pároco, lidar diretamente com a rica dinâmica da vida paroquial, da riqueza da vida comunitária. A cada domingo ir a uma comunidade como um visitante me causa ainda muito constrangimento, apesar da delicadeza e do carinho dos padres, que me acolhem com muita confiança. Eles têm me ensinado muito a ser bispo. Se tivesse que agradecer a alguém o apoio, o carinho e a ajuda, em primeiro lugar agradeceria aos padres, em segundo aos padres de novo e em terceiro, a paciência do rebanho, sem deixar de destacar a maneira simples, humilde, confiante e fraternal com que Dom Orani se coloca ao nosso lado.

Destacaria nesse primeiro ano também os três momentos importantes vividos como entronização ao ministério episcopal: O Curso de Bispos Novos da CNBB, o Curso de Bispos Novos em Roma e a minha primeira Assembleia Geral da CNBB.

TF – Como recebeu a notícia de sua nomeação?

Dom Nelson – Recebi com muito espanto, sem querer deixar a impressão de falsa modéstia, mas continuo olhando que outros padres reuniam condições melhores do que a minha, mas Deus surpreendentemente escolhe os fracos e os capacita. Por isso, rezo muito para não perder a humildade de pastor. Ter que desinstalar a vida para que a providência reorganizasse confesso que me assustou muito.

TF – Quais os desafios e conquistas desse primeiro ano como bispo auxiliar, principalmente na área do ensino religioso?

Dom Nelson – Eu ainda não parei para computar isso. Nesse primeiro ano, tive no mês de maio um grande susto com a minha saúde que me fez crescer um pouco mais na confiança. No ensino religioso, nós tivemos a aprovação da lei que insere esta disciplina nas escolas municipais. Mas esse mérito não me cabe, mas sim a Dom Orani que assumiu como pastor essa causa. Agora teremos que nos estruturar melhor para dar sustentação a essa conquista.

TF – Quais os projetos futuros como Bispo Auxiliar no Rio de Janeiro?

Dom Nelson – Não sou muito de fazer projetos, sou mais de me lançar nos projetos de Deus que se descortinam no dia a dia. Mas quero dar a minha contribuição para unir o clero, tornando-o uma grande família a partir do diálogo e do acolhimento.

TF – Qual a motivação da escolha do lema adotado em ocasião de sua ordenação episcopal: “Sentir com a Igreja”?

Dom Nelson – Um dos grandes riscos do nosso episcopado é o de abandonar a comunhão com a Igreja num sentido mais amplo, sobretudo com os seus membros mais fragilizados que nos são confiados. Sentir com a Igreja me inspira o senso de pertença e de fraternidade, sobretudo com os sofrimentos e alegrias. Chorar com os que choram e sorrir com os que estão sorrindo. Sentir com a Igreja, povo de Deus, que tanto sofre as consequências do pecado, é estar acessível, é ter sempre a possibilidade de mostrar aquele que verdadeiramente consola e fortalece.

TF – Qual a mensagem que o senhor deixaria para os fiéis?

Dom Nelson – A Igreja de Cristo é maravilhosa, sinta com ela, dê a sua contribuição para que ela seja cada vez mais santa, una e apostólica. Sinta o orgulho de fazer parte desse grande mistério, se comprometa mais, reze pela santidade do clero. Dê a sua contribuição. Amem mais seus padres e compreenda-os.

Fonte: Arquidiocese

Nenhum comentário:

Postar um comentário