A Páscoa já era celebrada solenemente pelo povo judeu desde Moisés, para comemorar a passagem do Mar Vermelho, onde sucumbiram as forças do Faraó que perseguia o povo de Deus. Foi a passagem da escravidão do Egito para a liberdade da Terra Prometida por Deus a Abraão. Por isso os judeus a celebravam, e ainda celebram solenemente. Cristo celebrava a Páscoa como bom judeu, fiel às Sagradas Escrituras, e celebrou-a juntamente com os seus apóstolos na última céia, onde nos deixou o memorial da sua Paixão: a Eucaristia.
A Páscoa Cristã, que tem a sua imagem na dos judeus, é a celebração da Ressurreição de Cristo, a vitória da vida sobre a morte, o triunfo da graça sobre o pecado, da luz sobre as trevas. Cristo desceu à mansão da morte para destruir a morte. "Com a sua morte destruiu a morte e com sua Ressurreição deu-nos a vida."
Esta é a alegria e a esperança cristã. O verdadeiro cristão jamais se dá por vencido porque já sabe que já é vitorioso naquele que venceu a morte.
Cada criança ao ser batizada participa desta morte e da mesma Ressurreição de Cristo; é regenerada; e vive uma vida nova na liberdade dos filhos de Deus. Jesus, sendo Deus e Homem ao mesmo tempo, trazendo em si de modo harmonioso as duas naturezas, pode morrer como homem e oferecer à justiça divina, como Deus, um sacrifício de valor infinito, e assim pode conquistar para todos os homens de todos os lugares e de todos os tempos, o resgate do pecado e da morte.
Após a Ressurreição de Jesus, instituiu no mesmo domingo desta, o Sacramento do perdão, a Confissão; na verdade Ele estava ansioso para distribuir aos homens o perdão que Ele haveria de conquistar com sua morte e Ressurreição; por isso no mesmo dia em que ressurgiu dos morto, Ele enviou os seus Apóstolos a perdoar aos pecados em seu nome. "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados" (João 20,22).
Cristo ressuscitou e vive entre nós; isto é um fato histórico que os evangelhos narram. São Paulo afirma na carta aos Coríntios que "Ele apareceu para mais de quinhentos, dos quais muitos ainda são vivos".
A verdade da ressurreição de Cristo é que explica a força dos Apóstolos a saírem pelo mundo pregando Jesus vivo e presente entre eles. Nesta certeza, eles enfrentaram o império romano e o tornaram cristão.
Nesta certeza eles enfrentaram os dentes dos leões sob Nero, Dioclesiano, Vespasiano, Domiciano e outros imperadores que os massacraram. Foi na força da Ressurreição de Jesus que a igreja sempre venceu todos os seus inimigos: as heresias, o comunismo, o nazismo, o ateísmo, o racionalismo, as perseguições terríveis da Revolução Francesa e as do século XX na Espanha e no México.
Acreditar que a igreja chegou até nós com 2000 anos de vitórias, sem acreditar na Ressurreição de Cristo, seria acreditar num milagre maior do que a própria Ressurreição.
Cristo ressuscitou e vive entre nós. Ele disse aos Apóstolos antes a ascensão ao céu:
"Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo".
(Dom Estevão Bettencourt. osb)
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