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20 de abril de 2012

Diante de suas limitações, Bento XVI diz confiar plenamente em Deus

 Ao comemorar seu 78º aniversário, o Cardeal Joseph Ratzinger esperava uma aposentadoria tranquila, mas três dias depois, no dia 19 de abril de 2005, ele foi eleito o 264º sucessor de Pedro.


— A única coisa que pensei para explicar a mim mesmo foi: ‘Evidentemente, a vontade de Deus é outra, e para mim começa algo completamente diferente, uma coisa nova. Mas Ele está comigo, conta o agora Papa Bento XVI, no livro-entrevista “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos Tempos".


Na Praça de São Pedro, fiéis, peregrinos e a imprensa de todo o mundo esperavam pelo anúncio e o primeiro pronunciamento no novo Papa. Bento XVI então pensou “O que poderia dizer?”. Desde o momento da eleição, ele só conseguia dizer “Senhor, o que está fazendo comigo? Agora a responsabilidade é Tua. Deves conduzir-me! Não sou capaz disso. Se me quiseste, agora deves também ajudar-me”.


De fato, ser o líder da maior Igreja cristã que reúne fiéis de diferentes etnias, povos e culturas dos quatro cantos da Terra é um grande dever. Os católicos no mundo são cerca de 1 bilhão e 196 milhões. De acordo com o Anuário de 2010, um aumento de fiéis em 1,3% (entre 2009 e 2010), e uma presença global que se mantém estável em torno de 17,5%.


Durante estes sete anos de pontificado, Bento XVI realizou 23 viagens internacionais, 26 viagens na Itália, 4 Sínodos dos Bispos e 3 Jornadas Mundiais da Juventude; escreveu três Encíclicas, inúmeros discursos e atos magisteriais; proclamou o Ano Paulino e o Ano Sacerdotal. 





 Para o Cardeal Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, o carisma principal do pontificado de Bento XVI é a unidade e a fé na Igreja. Por ter sido um grande colaborador do Papa João Paulo II, durante muitos anos, o atual Pontífice vem conduzindo a Igreja de uma maneira sábia, prudente e aprofundando a fé do povo de Deus.


O Santo Padre é um homem de Deus que procura divulgar e aprofundar, cada vez mais, os ensinamentos do Concílio Vaticano II. A exemplo do Papa João Paulo II, ele continuou com a missão de realizar visitas pastorais em todos os países do mundo. Segundo o Cardeal, as visitas realizadas pelos continentes e o grande apoio dos católicos ao Papa têm surpreendido as pessoas a cada dia.


O poder do Papa


Ao completar sete anos de Pontificado, Bento XVI afirma que esses números mostram quão ampla é a comunidade católica, mas o poder do Papa, no entanto, não está nesses dados. Por que não? Ele explica que a comunhão com o Papa é de outro gênero, como também é a pertença à Igreja. Como dizia Santo Agostinho, muitos que parecem estar dento, estão fora; e muitos que parecem estar fora, estão dentro.


— Em uma questão como a fé e a pertença à Igreja, o dentro e o fora estão entretecidos misteriosamente, reforça o Pontífice.


Bento XVI esclarece que ele tem uma grande responsabilidade, pois é, em certo sentido, o chefe, o representante, e tem o dever de fazer com que a fé que mantém unidas as pessoas tenha credibilidade, permaneça viva e continue íntegra em sua identidade.


Curiosidades sobre o Papa:


O Papa, como qualquer outro sacerdote, fala e age sobre o comando de Jesus Cristo e por Ele. O Filho de Deus confiou Sua Palavra à Igreja, mas todo sacerdote pode ter suas insuficiências e fragilidades.




— O que conta é que eu não exponho as minhas ideias, mas procuro pensar e viver a fé da Igreja, agir sob Seu comando de modo obediente, destaca o Santo Padre.


É verdade que o Papa não tem conta em banco, esclarece Bento XVI, as doações em dinheiro não são destinadas a seu uso pessoal, mas enviadas afim de que possam ajudar os outros.


 — Comove-me muito o fato de que pessoas simples me mandem algum dinheiro, dizendo ‘Sei que o senhor tem tantas pessoas a quem ajudar...! quero contribuir um pouco também eu'.


O Santo Padre recebe ainda cartas e pequenos presentes do mundo inteiro, são pessoas simples, freiras, mãe, pais e crianças que o encorajam escrevendo “Rezamos pelo senhor, não tenha medo, nós o queremos bem”.


 Além do carinho e das demonstrações de apoio pelas cartas, Bento XVI encontra a consolação no relacionamento íntimo com Deus. Sua fé é a mesma de quando era um jovem sacerdote, mas ele confessa que, na condição de Papa, ele tem muitas razões a mais para rezar e para entregar-se completamente a Deus.


—A oração e o contato com Deus são agora mais necessários, mas também mais naturais e espontâneos do que antes, conta o Pontífice.


Após sua eleição, no dia 19 de abril, o Papa Bento XVI iniciou o Pontificado cinco dias depois, no dia 24 de abril de 2005.


Fonte: Arquidiocese

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